segunda-feira, 4 de abril de 2011

Valeu, Gladiador



Do lado oposto: coração partido, mas, feliz

Pela segunda vez na vida me aventurei a assistir um jogo do meu time na torcida adversária. Na primeira, contra o São Paulo, na Libertadores de 2009, ganhei um "camarote grego" do amigo Petrocilo. Imaginando um misto de torcedores, só encontrei tricolores no tal camarote. Uma tortura.

Eis que ontem a cena se repetiu. Surgiu a oportunidade de conhecer a Vila Belmiro ao lado dos amigos Márcio Santos e Tony Marlon, e do primo Marcelo Reis. Descemos a serra sob garoa insistente e, "em cima do laço", chegamos às 15h20 na Vila Famosa.

Ruas tomadas por torcedores santistas e um susto: "INGRESSOS ESGOTADOS", dizia o aviso nas bilheterias. Pânico momentâneo a pouco menos de 30 minutos do início do duelo. Rodamos daqui e dali, entramos na fila do Setor Visa e a ingrata surpresa do ingresso a R$ 110. Sem direito a meia entrada. Declinamos e fomos atrás dos cambistas. O preço médio era R$ 90, mas logo flagramos cambistas comprando ingressos "sobrando" de outros torcedores santistas.

Não demorou e conseguimos as entradas, até mais em conta que o preço normal do ingresso. Setor 7 e vamos nós. Torcida Jovem em peso e eu lá, misturado a nação santista. Bola rolando, coração disparado e o exercício de controlar as emoções nos lances alviverdes entrou em ação.

Marcelo, debutando na Vila Belmiro sua primeira incursão a um estádio de futebol era todo tensão. Louco para ver um gol alvinegro na nublada tarde de domingo. Até viu e se emocionou com a explosão da torcida, mas o árbitro anulou, apontando de forma correta, impedimento.

Com Ganso e Neymar apagados, o segundo tempo caminhava para o final sem gols até a bola chegar aos pés de Patrik. Um passe malandro, de futebol de salão, deixou Kléber na cara do gol e ele só teve o trabalho de dar um tapa na bola e sair para o abraço palestrino, nas arquibancadas bem a sua frente.

Eu, do lado oposto, senti uma explosão tremenda no peito, o grito subiu com velocidade, mas travei os dentes, levei as mãos ao rosto como se santista fosse, e deixei meu coração festejar solitário, como o gol de K30 na bela Vila Belmiro.

Obrigado, Gladiador.