sábado, 15 de março de 2014

Novas ciclovias em SP: a cidade agradece


Como cidadão e ciclista, comemoro cada centímetro de ciclovia que São Paulo possa ganhar, mas o anúncio da construção dos novos 37 km, feito pelo prefeito Fernando Haddad, cabe discussão a partir da crítica ao trecho Largo da Batata/Faria Lima (que já existem), passando pela Berrini, Água Espraiada até a ponte João Dias.

Entrada ciclovia do Rio Pinheiros - acesso Av. Miguel Yunes Foto: Evandro Barbosa
Primeiramente, gostaria de saber se o ilustre prefeito e sua equipe conhecem a região. Ao que parece, não. Investirão num trecho em que pode muito bem ser interligado por uma ciclovia curta entre a Faria Lima e a ponte Cidade Jardim, pela própria Av. Cidade Jardim, e o ciclista terá à disposição, toda a extensão da marginal Pinheiros para chegar à ponte João Dias. 

Mas e quem quiser ir para a Berrini ou Av. Água Espraiada? Está certo que a ciclovia "atravessou" a marginal devido às obras do faraônico monotrilho, mas e as prometidas saídas em todas as estações? Quando sairão do papel? Uma vez disponíveis estes acessos em todas as estações, estimulariam o uso da bicicleta a quem trabalha na região, e essas interligações, Berrini / Espraiada, seriam atendidas com tranquilidade a partir das estações Berrini e Morumbi. E nem precisa ser um acesso tão trabalhoso, provavelmente caro (e demorado) quanto o da estação Santo Amaro. Saídas simples, como a da estação Jurubatuba (foto abaixo), funcionariam da mesma forma.

                          Acesso da estação Jurubatuba (CPTM): estrutura simples e de baixo custo                          Foto: blog Pedal Animal

Segundo o site Pensamento Verde, "de acordo com a prefeitura, o trecho da ciclovia entre as avenidas Luis Carlos Berrini e Água Espraiada deve se entregue em até 15 meses, em abril de 2015." Ora, quase um ano e meio para fazer uma obra de quase 2km? Não conheço a planta do projeto, mas parece uma previsão muito distante da realidade, sem considerar o custo da obra (não divulgado), e ao meu ver, completamente desnecessária. 


Outra solução simples e de baixo custo, seria a criação de faixas nas largas ruas que cortam a região da Berrini, como a Av. Nova Independência, por exemplo. Faixas exclusivas para bicicletas, como as implantadas nas ciclorrotas da região de Moema, que certamente aumentariam a segurança de quem pedala diariamente por ali e poderia se estender até a Av. Água Espraiada sem o menor problema. 

Reflita aí, Sr. Haddad, e se possível, ouça usuários para construir novas ciclovias em pontos que a cidade realmente precise.