Como cidadão e ciclista, comemoro cada centímetro de ciclovia que São Paulo possa ganhar, mas o anúncio da construção dos novos 37 km, feito pelo prefeito Fernando Haddad, cabe discussão a partir da crítica ao trecho Largo da Batata/Faria Lima (que já existem), passando pela Berrini, Água Espraiada até a ponte João Dias.
Entrada ciclovia do Rio Pinheiros - acesso Av. Miguel Yunes Foto: Evandro Barbosa |
Primeiramente, gostaria de saber se o ilustre prefeito e sua
equipe conhecem a região. Ao que parece, não. Investirão num trecho em
que pode muito bem ser interligado por uma ciclovia curta entre a Faria Lima e a
ponte Cidade Jardim, pela própria Av. Cidade Jardim, e o ciclista terá à
disposição, toda a extensão da marginal Pinheiros para chegar à ponte João
Dias.
Mas e quem quiser ir para a Berrini ou Av. Água Espraiada?
Está certo que a ciclovia "atravessou" a marginal devido às obras do
faraônico monotrilho, mas e as prometidas saídas em todas as estações? Quando
sairão do papel? Uma vez disponíveis estes acessos em todas as estações,
estimulariam o uso da bicicleta a quem trabalha na região, e essas
interligações, Berrini / Espraiada, seriam atendidas com tranquilidade a partir
das estações Berrini e Morumbi. E nem precisa ser um acesso tão trabalhoso, provavelmente caro (e demorado) quanto o da estação Santo Amaro. Saídas simples, como a da estação Jurubatuba (foto abaixo), funcionariam da mesma forma.
Acesso da estação Jurubatuba (CPTM): estrutura simples e de baixo custo Foto: blog Pedal Animal |
Outra solução simples e de baixo custo, seria a criação de faixas nas largas
ruas que cortam a região da Berrini, como a Av. Nova Independência, por
exemplo. Faixas exclusivas para bicicletas, como as implantadas nas ciclorrotas
da região de Moema, que certamente aumentariam a segurança de quem pedala
diariamente por ali e poderia se estender até a Av. Água Espraiada sem o menor
problema.
Reflita aí, Sr. Haddad, e se possível, ouça usuários para construir novas
ciclovias em pontos que a cidade realmente precise.