segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

CAPACETE: não pedale sem ele !


Desde que voltei a pedalar mais frequentemente, em 2011, sempre me preocupei com a segurança e seus itens básicos: sinalização (iluminação), luvas e o principal deles: CAPACETE (em caixa alta mesmo, pra nunca mais ousar esquecer! rs.). De lá para cá, raríssimas vezes saí sem ele a qualquer lugar que fosse, mas ontem, domingo (1º), resolvi usar apenas um boné para um rápido bate-volta Sesc Interlagos - Villa Lobos.

No caminho, ao encontrar o amigo Gil (que estava devidamente paramentado), o primeiro assunto foi este: "vim de boné hoje, vai ser rápido, depois vou jogar bola...", e ainda brinquei que não estava 'afim de cair hoje'. Ninguém sobe numa bicicleta pensando em cair, e consequentemente, por mais habilidoso que seja na condução dela, também jamais sabe o dia em que algum imprevisto o levará ao chão. 

Vinha numa velocidade média (15k/h) pela Av. Atlântica, por volta de 16h, e, sobre a ciclovia do canteiro central já molhada (ainda não inaugurada, mas livre), a garoa persistia. Numa certa altura, a ciclovia bifurcou e fiz rápida curva à direita, para se manter na mão correta. A roda dianteira deslizou e, pela velocidade, mal deu tempo de amenizar a queda com as mãos: fui de cara, bati o lado direito do rosto e tive escoriações no ombro do mesmo lado. Levantei-me rapidamente, "bati a poeira", conferi a bike e segui o pedal de volta para casa.






Hospital Grajaú


Após um rápido banho, almocei e ainda visitei um amigo, mas ao retornar, vi que as dores no pescoço e o inchaço no rosto aumentavam. Depois de muita relutância, a esposa me convenceu a procurar o pronto socorro.


O atendimento no HGG- Hospital Geral do Grajaú, que inicialmente tinha a afugentadora previsão de cinco horas de espera, nem passou perto disso. Em 30min. lá estava eu, pranchado e com coleira cervical. Achei um exagero, mas a médica carioca me deu o panorama da gravidade de uma possível lesão cervical e segui as instruções. O pesadelo de passar a noite numa maca, imobilizado e tendo apenas o teto como companheiro, começou às 20h50 e só terminou às 07h20 desta segunda-feira (2).


Entre tomografias e raios-x, conduzidos pela paciente enfermeira Cida, festejei a ausência de fraturas e saí apenas com um rompimento do ligamento do punho direito, e o sufocante colar cervical. Apesar da demora entre uma ação e outra, só tenho a agradecer ao hospital. Meu atendimento, de fato, começou às 06h, quando fui encaminhado ao competente ortopedista, Dr. Vital Kenji Nozaki. Perfeitamente compreensível, dada a quantidade de pessoas em estado mais grave que o meu, e que realmente careceram de prioridade. 

Enfim, até a alta, foram quase 12h na Traumatologia do Hosp. Grajaú. Susto que pareceu ser apenas arranhões, acabou com um colar cervical, meia tala de gesso no braço direito e a auto-promessa de não mais ir à esquina, sem capacete.

Vá de bike e nunca ande sem capacete! ;-) 


terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Acorda, São Paulo!


Há tempos não escrevo aqui. Dois dias depois do aniversário da Pauliceia, cá estou, e infelizmente não é para felicitar a cidade. A triste realidade paulistana começa (e explica muita coisa) por esta imagem:



Absurdo o que viveu na noite desta terça-feira, o amigo, e antes de tudo, cidadão Tony Marlon. Segundo o relato dele, circulavam idosos, mulheres, crianças, e a PM - Polícia Militar, simplesmente explode cerca de OITO bombas de gás lacrimogêneo dentro da estação Pinheiros - L4 do metrô. Como podemos, numa metrópole como esta, ter policiais tão despreparados? 



É agir e não mensurar as consequências. Nem para eles mesmos. Pergunto: existe comando nessas ações, ou um explode, o outro vai no vácuo e joga outra bomba? Porque é essa, a impressão que dá. Nem entrarei no mérito do protesto ou de quem iniciou o confronto, mas passou da hora da polícia paulista aprender a lidar com essas situações, sobretudo depois dos inúmeros protestos de 2013. Pelas fotos e o relato do Tony, ninguém realizou quebra-quebra ou desafiou os PMs. Simplesmente, usuários circulavam ali naquele momento a caminho de suas casas e manifestantes, pela foto acima, se concentraram dentro da estação. Muitos deles já estavam indo embora. 

" (...) há pouco estávamos na estação faria lima, com uma parte do grupo querendo ir embora após a manifestação, e a pm nos expulsou a base de empurrões e muita porrada, após fazerem aquela formação padrão, com os escudos. discutindo com um policial, eu disse que ele não tinha direito de encostar em mim, pois eu não estava no caminho dele. a resposta foi a óbvia: me empurrou, bateu." Tony Marlon, cidadão paulistano.

As imagens são a prova do desespero. Os próprios PMs e seguranças do metrô pulando as catracas e fugindo do local. E quem acabou de chegar na estação, nem imagina o que está acontecendo e precisa subir todos aqueles lances de escada? Absurdo. Despreparo. Incompetência. Faltam adjetivos para uma insanidade dessas. 





Acorda, São Paulo!

Fotos extraídas do twitter: Centro de Mídia Independente - @cmi_saopaulo